Colocando o Ford Focus na estrada

Festas de fim de ano costumam ser um ótimo motivo para colocar o carro na estrada e viajar com custos mais baixos. Pra quem gosta de carro, é o começo da diversão, mas antes de colocar o carro na estrada é preciso verificar o carro e garantir que ele tem segurança para enfrentar um sem número de horas de uso sem descanso.

Eu não consegui colocar o i30 na estrada durante os quatro anos que passei com ele (No seu ultimo ano comigo até surgiu uma oportunidade, mas preferi não fazê-lo por que o câmbio estava apresentando um comportamento estranho), mas com o Focus, já tratei de enfrentar quase trezentos quilômetros de estrada e cerca de 3 horas de viagem após apenas quinze dias depois de tirar o carro da concessionária. Como o carro é zero km, só precisei certificar que a pressão nos pneus estava correta para a carga a mais de malas e demais ocupantes do carro. Nível de óleo, água para os esguichos e lâmpadas nem precisaram de revisão.

Consumo

Antes de sair de casa, enchi o tanque com etanol, pois já tinha meio tanque deste combustivel. No meu deslocamento diário para o trabalho, consegui média de nove quilômetros com o litro de etanol, então na estrada minha expectativa era que o número fosse muito maior, quer dizer, melhor.

A viagem encarou a subida de serra para Petrópolis e com cerca de 200 quilos a mais de carga. O limite de velocidade em boa parte deste trecho é de 70km/h e realmente sinuoso. Por conta disto, o consumo instantâneo do carro ficou entre 3 e 6 km/l. Longe do que eu esperava, mas como era subida, deve estar certo, né?

Na média acumulada após os trezentos quilômetros ficou em 10 km/l. Número muito próximo que eu alcancei com o carro indo para o trabalho e de volta pra casa. Já o retorno ao Rio de Janeiro, consegui média mais alta. 11.5 km/l, mas durante boa parte da viagem o marcador que mostra a média de consumo ficou acima dos 12. Já a velocidade média foi de 73km/h. Velocidade máxima foi 110km/h, limite de velocidade da BR-040. Lembrando que o carro estava abastecido com etanol.

Relatos de outros donos do novo Focus me indicaram que conseguiram média de 15 km/l utilizando gasolina.

Câmbio

O câmbio PowerShift na subida de Petrópolis até que não foi mal, da mesma maneira que um câmbio automático, ele acaba subindo as marchas e o carro perde força. Para poder recuperar o embalo é preciso pisar mais forte para o câmbio baixar a marcha. Depois de alguns quilômetros mudei o câmbio da posição “D” para a posição “S” que permite a troca de marchas de maneira sequencial.

A subida ficou mais suave, mas o consumo acabou aumentando, por conta da rotação mais alta de uma marcha fixa e mais alta que o PowerShift escolheria. Se você não conhece a subida de Petrópolis, saiba que a subida é cheia de curvas. Como estava com o câmbio na posição “S”, a troca de marchas passou a ser comandada por mim é com as várias curvas para esquerda e direita, a troca de marchas passou a ser constante. Por mais que ficar com a marcha fixa fosse interessante, limita a uma velocidade mais baixa.

Na subida de Petrópolis a escolha da Ford em colocar dois botões na manopla do câmbio para trocar marchas se demonstrou muito ruim. O melhor e mais seguro seria ter o acionamento da troca de marchas na parte de trás do volante. Ainda assim a manopla do câmbio fica numa posição muito boa e é fácil de ser acionada, mas os botões para serem usados não ficaram numa boa posição.

GPS

A idéia de ter GPS no painel do console central é ótima, mas apenas com um sistema atualizado é de fácil operação. O My Ford Touch é ótimo do ponto de vista de utilização. Fácil de operar e tem comandos de voz, no quesito atualização, sofrível. Cidades costumam ter muita atualização de sua malha de vias com inversão de mãos e desaparecimento de vias por completo. Um GPS que não acompanha a cidade atrapalha ao invés de ajudar.

No caso de rodovias a coisa é diferente. Elas mudam pouco e o maior trunfo do My Ford Touch é indicar a velocidade máxima para aquele trecho. Fiquei muito impressionado. Eu passava pela placa de limite de velocidade e o GPS prontamente indicava a nova velocidade máxima. Acho apenas uma pena não existir uma maneira de configurar o limitador de velocidade automaticamente para o limite de velocidade que o GPS já tem cadastrado. Sei que existem implicações sérias para isto, mas seria ótimo poder apenas confirmar a nova velocidade com um comando de voz ou “ok” no volante.

Pra rota, o GPS se saiu bem. Fez a melhor rota, indicou ao seu final o tempo total de viagem, mas poderia indicar outras informações como velocidade média, tempo em deslocamento e parado além de consumo. Acompanhei o GPS do carro com o Waze, só pra ter certeza que estava fazendo o melhor caminho. O Waze me deixou muito feliz. Assim como na cidade, o app indicou com maestria a proximidade de radares de velocidade que multam além de eventuais engarrafamentos, causados por obras, acidentes ou excesso de veículos. A única coisa ruim é que existem diversas áreas de sombra para a rede de dados das operadoras de celular, então, nem sempre o Waze irá indicar as eventualidades.

Voltando ao My Ford Touch, outras informações seriam interessantes de se ter quando utilizando o GPS. Em um parágrafo anterior, mencionei algumas informações que seriam interessantes de se ter chegando ao destino calculado. Antes de se iniciar, também existem informações que seriam interessantes, uma delas seria um alerta sobre a necessidade de se abastecer em algum momento durante a viagem. É óbvio que é bastante difícil prever quando será necessário o abastecimento, afinal, o consumo não pode ser calculado com precisão antes de se pegar a estrada, mas uma indicação que será possivelmente necessário abastecer, seria muito útil. Assim como o acionamento do GPS indicando a rota para o posto mais próximo no caso de se entrar na reserva de combustivel.

Conforto

Não preciso falar muito sobre isto. O carro foi mega confortável durante a viagem e a estrada ajudou bastante. Não era um tapete, mas não era uma estrada de terra. Silencioso, seguro e macio são palavras fáceis que os ocupantes mencionaram. Durante o trecho sinuoso da serra de Petrópolis, o banco do motorista, apesar de forração de couro, abraça bem o condutor evitando o deslocamento lateral provocado pelas curvas fechadas.

Limitador de velocidade é algo que você encontra em poucos carros e para evitar multas ele é perfeito. Você continua guiando o carro como sempre guiou e quando passa da velocidade que você indicou um aviso sonoro é emitido. Muito prático.

Se este recurso não te agrada e a via for menos sinuosa que a 040 que eu peguei, você deve utilizar o piloto automático. É um conforto e descanso desejado em viagens de longa duração, mas não é tão avançado quanto no Golf. No carro alemão ele é adaptativo, ou seja, quando um carro aparece na frente e é mais lento que o seu, o carro diminui a velocidade até ele sair da frente. O Focus ainda não é assim, mas tenho certeza que na príoxima geração ele pode ser uma evolução possível.

E você? Já colocou seu Focus na estrada? Como foi?